Ainda que a convenção e a tradição sejam outras, o desenho nem sempre é um começo. Além de meio, pode perfeitamente ser fim. Como linguagem, encerra um mundo de possibilidades, que encontram nele sua forma acabada. Na obra de Ulysses Bôscolo, o desenho emerge com força de uma prática inquieta, experimental, fincada em outras linguagens.
A relação com o desenho orienta o recorte da produção de gravuras em metal de Bôscolo que compõe esta exposição e que figura, também, no primeiro livro da coleção Risco Imanente, criada pelo Instituto Çarê para levar a públicos amplos a poética de artistas que têm no desenho seu universo referencial. Exposição e livro têm organização do professor e artista Claudio Mubarac.
À possibilidade de fruição oferecida aqui, o livro dedicado à obra de Ulysses Bôscolo acrescenta elementos que aprofundam a experiência da singularidade de sua prática, como um glossário em que Mubarac percorre o vocabulário da gravura e do artista.
Reafirmando a missão do Instituto Çarê, a coleção Risco Imanente, assim como este espaço, abrigará produções brasileiras relevantes, segundo uma ótica que nada deve à voracidade do mercado.
O Instituto Çarê identifica, preserva e amplia o acesso a acervos, apoia a pesquisa, fomenta produções artísticas e musicais, e promove um modelo inclusivo e plural de educação e convívio.
